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A Doença

| quarta-feira, 25 de março de 2009 | |
Quando estive doente, de cama, foi o meu vizinho que cuidou de mim. Foi ele que preparou o caldo de galinha e mo empurrou pela garganta abaixo, foi ele que me mediu a febre, foi ele que me deu a medicação e foi ele que me acalmou nos delírios. Este meu vizinho, que todos consideram estranho nos seus hábitos e nos seus ditos, é uma pessoa extraordinária. Todos os dias de manhã sai à rua com uma lata de ervilhas presa a uma trela, e passeia o seu “cão” rua acima, rua abaixo. «É o meu Abrenuncio» diz ele. «O Abrenuncio é o cão mais inteligente do mundo» afirma enquanto faz festas à lata. Os outros vizinhos não acham aqueles propósitos nada bons para a imagem da congregação, e por isso, escarnecem dele e evitam-no nas escadas ou no elevador ou onde quer que seja. Há pouco tempo, o meu vizinho caiu de cama muito mal, e eu fui lá a casa para lhe retribuir o favor e tratar dele como deve de ser. Infelizmente não foi possível, o Abrenuncio ladrava ferozmente e não deixava ninguém aproximar-se do enfermo.

4 comentários:

spritof Says:
26 de março de 2009 às 02:03

Gostei da história.
Tem alma...

Voltarei cá.

El Matador Says:
26 de março de 2009 às 09:02

Obrigado pela visita Spritof

Joaninha Says:
26 de março de 2009 às 11:39

Olha esta acho bem que continues porque tem um "je ne sais qua" extraordinário

beijos

El Matador Says:
26 de março de 2009 às 22:29

Joaninha: Continuação?...É capaz.