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Dança das Cadeiras

| segunda-feira, 9 de março de 2009 | |

Zeferino chegou a casa um dia, e, para espanto seu, quando se sentou no sofá reparou que as pessoas que estavam na sala não eram suas conhecidas. Como era boa pessoa, muito tímido, muito respeitador, Zeferino perguntou a um dos presentes «Desculpe, não se teram enganado na residência?». Não! Foi a resposta que ouviu antes de lhe ser dada uma explicação. Aparentemente, por causa da crise, havia uma grande procura de casas desabitadas. Estava em vigor a lei da ocupação. Quem estivesse dentro de casa era considerado o dono.
No corredor do prédio encontrou o seu vizinho Romualdo que tinha perdido as pernas na Guerra do Xanax. Tinha ido buscar o correio aos rés-do-chão e agora fazia um esforço enorme para voltar para casa. Zeferino olhou de soslaio e reparou que o vizinho tinha deixado a porta de casa aberta. Pela primeira vez, uma expressão maligna desenhou-se-lhe no rosto.

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