Quis atravessar a estrada mas não conseguiu. O pé aventurava-se todos os dias mais um pouco, mas nunca chegava a tocar efectivamente a passadeira. Andava nisto havia anos, todos os dias saía de casa e dirigia-se àquela estrada, que se atressava entre ele e o seu melhor caminho. Os automobilistas abrandavam e incentivavam-no «Vai! Vai!» ou então «Já falta pouco, só mais um bocadinho...», mas nada, o último passo nunca era dado. Voltava costas, e deixava para trás a estrada, coberta de poeira dos carros que passavam a toda a velocidade.«Amanhã é que vai ser» repetia pra si próprio sabendo de antemão que não era verdade.
1 comentários:
18 de março de 2009 às 19:23
«...And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day! ...»
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