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Noites Brancas

| segunda-feira, 23 de março de 2009 | |
«Nas noites brancas é que estava eu bem, com o um copo de vodka na mão e o sol da meia-noite ao fundo». Pensava nisto Romualdo, enquanto ordenava alfabeticamente, as multas aplicadas aos indivíduos que persistiam em ser canhotos. Enjoava-lhe mais aquela despensa escura e bafienta com pastas empilhadas até ao tecto, que a travessia do golfo com as nuvens negras a tocarem o mar e o balanço agitado do ferry. Com tantos processos para arrumar, não lhe sobrava quase tempo nenhum para não fazer nada. Nas noites brancas, sentava-se à janela a fumar e contemplava o branco deslavado do céu, sem saber se ainda era noite ou se já era manhã.
A culpa aqui, não é tanto dos canhotos, mas de quem os prossegue.

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