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O Messias dos Parques

| segunda-feira, 16 de março de 2009 | |
Quando Romualdo voltou à Terra, completamente falido, depois de anos a vender sabonetes por esse Universo fora, deparou-se com um fenómeno estranho. As pessoas tinham deixado de saber conduzir. Algo ou alguém havia-lhes retirado essa capacidade. O resultado era catastrófico para além de pouco prático e dispendioso. Todos os dias haviam colisões frontais e morria gente, todos os dias encontrava veículos estacionados em cima dos passeios em frente aos monumentos e sabe-se lá mais onde. Mas o mais grave desta afecção que havia atingido o povo de Romualdo «outrora tão sapiente», era não conseguirem estacionar os carros de forma alguma, uma manobra que antes praticavam com mestria e destreza. Romualdo, que sempre tivera um coração desmedido, arregaçou as mangas, enrolou o jornal que tinha na mão e desatou a por ordem no caos. As pessoas de tão contentes que ficavam com a sua ajuda atiravam-lhe moedas e gritavam «BRAVO!». Hoje o exemplo de Romualdo é seguido por muitos e pode-se dizer que nunca antes um acto havia sido tão solidário, tão desinteressado, tão merecedor de aplauso.

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