Zeferino tinha um vizinho que trabalhava à noite na recolha do lixo. O seu sonho era comprar uma mota «daquelas do motocross». Era um rapaz novo ainda, e esforçado, não perdia nenhum biscate que se lhe apresentasse no intuito de amealhar mais algum para a motorizada. Ao fim da tarde, que era quando ele à vezes acordava, ia com Zeferino para o café beber cerveja e conversar sobre tudo. Quando tivesse a mota, ia correr o país de lés a lés «eu depois mando-lhe postais vizinho», prometia o moço do lixo.
Uma noite teve um acidente com o sistema hidráulico do camião do lixo e perdeu três dedos da mão esquerda.
Encontraram-se outra vez, tempos depois, na esplanada do café. Zeferino ia pôr a sua cara de consternado quando o moço lhe anunciou:
Vizinho! Já viu isto? Com o dinheiro que o seguro me pagou já posso comprar a mota de uma só vez. Para a semana faço-me à estrada, depois mando-lhe os postais. Depois continuou a falar, entusiasmado como sempre. Contou que também já conseguia enrolar cigarros outra vez. Zeferino pediu mais uma cerveja, o moço ainda tinha a dele meio cheia.
Uma noite teve um acidente com o sistema hidráulico do camião do lixo e perdeu três dedos da mão esquerda.
Encontraram-se outra vez, tempos depois, na esplanada do café. Zeferino ia pôr a sua cara de consternado quando o moço lhe anunciou:
Vizinho! Já viu isto? Com o dinheiro que o seguro me pagou já posso comprar a mota de uma só vez. Para a semana faço-me à estrada, depois mando-lhe os postais. Depois continuou a falar, entusiasmado como sempre. Contou que também já conseguia enrolar cigarros outra vez. Zeferino pediu mais uma cerveja, o moço ainda tinha a dele meio cheia.
3 comentários:
14 de abril de 2009 às 20:02
Formas diferentes de ver e sentir ... Uns agarram-se ao mal e invertem outros agarram no mal e convertem!
14 de abril de 2009 às 20:24
Bem visto e bem-vinda.
15 de abril de 2009 às 14:13
O final será tão simples quanto o começo de tudo.
Enviar um comentário