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O Método

| segunda-feira, 20 de abril de 2009 | |
Chegara o dia da grande execução. O carrasco estava extremamente nervoso, o cliente era o chefe de uma grande rede de apreciadores de criancinhas. Esta rede havia sido desmontada vinte anos antes pela polícia dos maus costumes, numa operação concertada por um agente que, entretanto havia sido desterrado para Nebulax – a pequena.
Era grande a celeuma sobre como deveria ser executado o facínora. Não havia consenso entre as grandes mentes de Remulak – A Grande. Uns alegavam que a cadeira de electrões seria muito brutal, outros que o gás perfumado seria muito brando, para um crime tão hediondo. O povo não estava interessado no método, só lhe interessava os restos de carne que sempre eram atirados por cima da cerca, e que depois eram dados a comer aos cães de rua. Aquele que estava para morrer, saboreava descontraído o seu almoço gourmet. Como era amigo íntimo do Presidente do Conselho de Ministros, não estava preocupado, sabia que aquele telefonema havia de chegar mais tarde ou mais cedo.
Entretanto, alguém se lembrou de que, deviam ser as criancinhas a escolher o castigo.
Aquele telefonema nunca chegou, e o condenado mijou-se pelas pernas abaixo quando foi colocado frente-a-frente com a criancinha. A criancinha apontou-lhe o dedo e, solene, sentenciou:
- Quero-o cortado às fatias fininhas, como o fiambre.

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