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A Máscara

| quinta-feira, 30 de abril de 2009 | |
Anacleto passeava-se pelas ruas desertas de Remulak-A Grande e regozijava-se com a ausência de pessoas. O pânico havia tomado conta da população que se tinha fechado em casa com medo da Sarna Vera. Uma doença peculiar esta que se tinha espalhado por todo o país. Cada vez que a pessoa infectada com o mal, dizia uma mentira, o corpo enchia-se-lhe de chagas avermelhadas que ardiam e provocavam ao paciente uma comichão intolerável. Como a maioria das pessoas foi infectada, as ruas foram ficando vazias. Não que as pessoas se importassem com o ardor ou até mesmo com a comichão, o que elas não suportavam era a vergonha de verem as suas mentiras a descoberto.
Anacleto, que mentira descaradamente toda a vida, tinha criado uma espécie de imunidade, e agora deambulava contente pela cidade. Longe das multidões ruidosas fez tudo o que sempre sonhara, com a benesse de não ter que se preocupar com dinheiro ou esperar em filas enormes. Ao chegar à rua principal, a rua das lojas, não se conteve e zigzagueou pelo empedrado fazendo a sua dança de contentamento, aos saltinhos de braços abertos. À memória chegava-lhe uma imagem de outrora: a dúbia personagem a rir-se na sua loucura.

6 comentários:

Joaninha Says:
30 de abril de 2009 às 13:58

Não sei porque mas, mais uma vez, veio-me à cabeça o Sr. Engenheiro...

Beijos

El Matador Says:
30 de abril de 2009 às 19:30

Hummm...

paula maria Says:
2 de maio de 2009 às 13:42

é bom ler textos como estes, é bom...

El Matador Says:
2 de maio de 2009 às 14:02

é boa a tua visita.

FacAfiada Says:
4 de maio de 2009 às 18:41

El Matador,
Odeio comichões, mas odeio ainda mais mentiras!

As primeiras podem muito bem ser o castigo das segundas! Muito bem feito!

El Matador Says:
4 de maio de 2009 às 19:29

Causa-Efeito