Quando chega a
noite de natal, existem apenas duas tradições que respeito com fiel ardor e
devoção. Uma é ali da região de Borba e a outra é oriunda da Escócia.
Abstenho-me do peru e quejandos bacalhaus em prol desta maravilhosa fusão de
culturas: a alentejana e a celta. Não sou xenófobo nas tradições nataleiras; apetecem-me
também tabacos de outras regiões, de texturas moles e aromáticas, mas isso são
apetites que não posso satisfazer, com grande pena e saudade minha.
Se pensarmos
bem, não é assim tão estranho celebrar o
natal encalhado entre tão distantes etnografias. Uma já foi berço de imortais e
a outra é frequentemente visitada por extraterrestres. Ambas têm um sotaque
deliciosamente carregado; ambas permitem o uso de saias ao domingo e ambas
aliviam o fardo da existência em pequenas doses intercambiáveis.
É uma noite
calma e silenciosa a do nosso salvador, uma noite de recolha e paz. Saio
portanto trajado a rigor: tomates à solta por debaixo da saia padronizada, peitos
musculados ao léu como que a desafiar o
temperamento dos deuses pagãos. Coço o escroto vítima de micose meridional e possuído de uma vetusta ânsia andaluz, mijo em cada um dos 18 buracos do campo de golfe
junto ao mar; como se fosse um highlander
sem capote.
- There can be only one ! - Exclamo em
voz alta.
– E que seja
de Borba! – Acrescento depois à laia de conciliação cultural.
5 comentários:
25 de dezembro de 2012 às 00:34
brindemos então ;)
26 de dezembro de 2012 às 11:36
Feliz Natal, então... =)
26 de dezembro de 2012 às 11:44
Boas festas às duas.
28 de dezembro de 2012 às 16:08
Eh eh eh eh! És grande!
Boas festas e bons encontros!
Um forte abraço do Canto de Cá ...
28 de dezembro de 2012 às 19:50
Obrigado compadre Ditonysius, boas festas p'ra ti.
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