Quando lhe pediram para
construir a bomba atómica, ele construiu a bomba atípica. Era uma
bomba que não explodia. Lançava-se na terra e ficava ali, apática
de tudo e de todos, uma bomba sem aptidão para a maldade. Passado
algum tempo as pessoas habituavam-se à presença da bomba e
deixavam de lhe prestar atenção; era mais um bibelot enorme que
estava espetado no meio do jardim. Os namorados beijavam-se na sua
sua sombra e as criancinhas usavam-na como escorrega. Era uma bomba
feita para a paz, portanto.
Um dia falaram-lhe de Oppenheimer e no papel relevante que este teve na construção
da bomba atómica. Esse Oppenheimer é um mariconço, retribuiu o
cientista, fazer bombas para destruir, qualquer um faz; agora um
bomba de inércia, uma bomba que pode ser usada por crianças,
adultos e idosos, uma bomba de brandos costumes, quem é que criou?
Quem? Eu!
3 comentários:
9 de julho de 2012 às 00:22
Que mania estes chicos-espertos têm de não fazer o que lhes mandam e porem-se a inventar... A bomba atípica, onde já se viu??! Era correr com ele...
10 de julho de 2012 às 17:35
A bomba atípica é a prima da bomba anímica.
10 de julho de 2012 às 18:05
na volta...
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