- Morpheus, ó
Morpheus…Desatarracha-me lá esta merda do pescoço que eu quero ir
p’ra casa.
Foi assim que Abrenuncio
saiu do Matrix. Estava cansado e desiludido. Na matriz tudo era
ilusão e propaganda. A vida era superficial e passavam-se os dias em
anestesiada correria contra o tempo. Há que competir, produzir e
consumir para se poder produzir, consumir e competir: este era o
mote. No Matrix, a felicidade era o pote de ouro que estava sempre
mais além, sempre um passo mais à frente, inatingível, qual
miragem no deserto.
A realidade lá
fora é mais feia, suja e ainda mais dolorosa, diziam eles, o Matrix é a única
solução para uma vida de sonho passada a sonhar. O Matrix era a
cenoura que fazia andar o burro.
Abrenúncio descortinou a
manha do programador (ou não fosse ele o Escolhido) e viu a matriz
pelo que esta era: um condicionamento, um controle absoluto, uma
ditadura dos outros.
Nô mais matriz, nô
mais – Pediu Abrenúncio – Estou cansado e quero ser feliz.
E por isso se pôs a
gritar: Ó Morpheus, pá…
8 comentários:
19 de julho de 2012 às 10:29
"No Matrix, a felicidade era o pote de ouro que estava sempre mais além, sempre um passo mais à frente, inatingível, qual miragem no deserto."
É a realidade que vivemos, sem termos onde cair mortos.
E o pote de ouro continua no nosso horizonte memorial.
Verificando o que se vê por aí/aqui, ninguém pretende ser Abrenuncio.
Ilusão que contraria a realidade até ao dia em que a realidade parece uma ilusão.
:)
19 de julho de 2012 às 10:45
E também consigo parar as balas no ar.
19 de julho de 2012 às 22:36
Iludem-nos com sonhos e depois só temos pesadelos.
Abrenúncio, já tinha saudades tuas!
19 de julho de 2012 às 22:37
Iludem-nos com sonhos e depois só temos pesadelos.
Abrenúncio, já tinha saudades tuas!
19 de julho de 2012 às 22:41
é mesmo.
é mesmo.
20 de julho de 2012 às 17:28
...e será que essa busca da felicidade está mesmo fora da Matriz, onde tudo é cinzento e assassino e a comida é uma mistela esbranquiçada sem sabor ou alegria...?? Não dá para deixar a mentira de ânimo leve quando ela nos conforta mais do que a realidade...
20 de julho de 2012 às 18:14
Na Matriz é-se escravo, a liberdade sai sempre cara, é uma questão de escolha.
21 de julho de 2012 às 17:33
Foge Abrenúncio... foge.
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