O homem passa sempre à mesma hora e assiste sempre ao mesmo filme: os arrumadores, muito juntinhos, formam um quadrado perfeito, virados uns para os outros, numa figura geométrica humana fechada em si mesmo. Ocupam somente uma pequena porção do passeio, um metro quadrado, admita-se. Entre os transeuntes que passam àquela hora, indíviduos que não têm o olhar treinado do homem, diz-se que por ali há tráfico de droga. Nada poderia estar mais longe da realidade, pensa o homem com um sorriso interno. O que o comum indivíduo não sabe; o que o cidadão cumpridor não sonha, é que é tudo uma questão de espaço. Os arrumadores são muito arrumadinhos: daí o arrumarem-se, sempre àquela hora, uns aos outros.
7 comentários:
9 de janeiro de 2012 às 20:06
Este arrumam-se num quadrado perfeito. E os outros(as)?
Círculo.
:)
9 de janeiro de 2012 às 20:13
Quais outros?
9 de janeiro de 2012 às 22:07
ora aí está uma coisa que iria apaziguar a minha panca pela arrumação! se as coisas lá em casa também fossem "arrumadoras", eu só tinha que lhes limpar o pó... =)
9 de janeiro de 2012 às 22:44
Os outros? Os transeuntes que não têm o olhar treinado do homem, e que param na rua a conversar...
9 de janeiro de 2012 às 22:47
Os outros deixam tudo desarrumado, é por isso que há arrumadores.
9 de janeiro de 2012 às 23:00
Se fechassem em círculo era uma parada gay? :D
9 de janeiro de 2012 às 23:02
Era. Ahahaha
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