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Sinais de Fumo

| sexta-feira, 10 de julho de 2009 | |
Havia vários dias que comunicavam por sinais de fumo. As comunicações convencionais tinham ficado fora de uso depois da descarga electromagnética. Como não havia dicionários de linguagem de fumo, e a prática estava ainda pouco difundida, eram frequentes os equívocos e mal entendidos. Especialmente ele, que sempre se baldara às aulas de Morse em Caso de Guerra, agora via-se completamente à rasca para perceber o que ela lhe queria. Passavam horas a tentar decifrar as missivas fumegadas por cada um. Àquela distância as mensagens cruzavam-se constantemente e o caos reinava na informação. A pouco e pouco o fumo dela foi-se desvanecendo no horizonte e acabou por se misturar com a fumaceira geral. Todos os dias ele levantava-se cedinho e acendia uma fogueira, mas do lado dela apenas se afigurava uma nuvem grossa e negra, uma soma do desespero que se fazia sentir pelas bandas setentrionais. Um dia acordou inquieto, ansioso, precisava mesmo de falar com alguém, mas para seu desalento acabara-se a lenha.

5 comentários:

Post Mortem Says:
11 de julho de 2009 às 00:59

-Vejo sinais de fumo, péssima caligrafia.
- Seu estupido, a pradaria está a arder!

(in LUCKY LUKE, "Alerta aos pés azuis")

El Matador Says:
11 de julho de 2009 às 08:19

AHAHAHAHAHAHAHAH!!!!!!!!!!!!!!

roserouge Says:
11 de julho de 2009 às 17:35

Boa, boa! ahahahaha!!!

J. Maldonado Says:
14 de julho de 2009 às 14:46

O fumo dos charros costuma transmitir muitos sinais... de quê, não sei... :))

El Matador Says:
14 de julho de 2009 às 16:31

Transmitem sinais de...Epá, como é que se diz...Olha esqueci-me...:)