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O Cansaço

| quarta-feira, 8 de julho de 2009 | |

Abrenúncio arrastava o corpo pelo caminho que lhe parecia cada vez mais longo. Os pés incharam o suficiente para que cada passada sua correspondesse a uma condenação. Os joelhos latejavam, invocando noites de humidade e relento. Maldito reumático. Malditos pulmões que já não respiram. Ainda era cedo. Era metade da sua vida ainda. Chegar a casa, fechar os olhos e dormir. Dez anos se possível...Não, vinte. Vinte anos era o ideal. Sentou-se a meio do caminho a fumar um cigarro e pensou como seria bom se pudéssemos dormir para trás. Adormecer hoje e acordar na semana passada. «Bah! É oficial, estalou-se-me a parvoíce» pensou Abrenúncio em voz alta. Um carro a alta velocidade passou por uma poça de água e deixou-o todo encharcado. Era o que faltava para completar o cenário. Estava a pouca distância de casa mas só conseguia pensar no cansaço. O cansaço que agora se distribuía por todo o corpo.

5 comentários:

Anónimo Says:
9 de julho de 2009 às 02:45

Un soldat de la résistance?
Une image comme il faut!

Aqui é com cravos na ponta da espingarda e Castrato a dirigir os clubes e partidos do país!
(as instituições variaveis... menos criativas e mais proveitosas...)

Être ou ne pas être, lá est la putain de question!

Abraço,

Pierrot le fou (na área)

El Matador Says:
9 de julho de 2009 às 08:15

Se tu o dizes...

Anónimo Says:
9 de julho de 2009 às 10:26

he he

roserouge Says:
10 de julho de 2009 às 00:35

Tudo na vida passa. Isso também há-de passar.

El Matador Says:
10 de julho de 2009 às 08:23

Passa já este fim-de-semana.