«As palavras não se escrevem sozinhas, vá lá pá!...». Era Zeferino que gritava com o apoio dos colegas. Havia dias que estavam mergulhados num imenso oceano de tédio. Não gostavam de estar encarcerados, mas já que estavam, gostavam de sair de vez em quando; brincar um bocado, apanhar ar, fazer um pouco de exercício. Estavam todos de acordo de que, em algumas das histórias, eles até se saíam bem, enfim, tudo era melhor do que o presente marasmo em que se encontravam.
«Nunca mais foi o mesmo desde que voltou lá de não sei donde...», era Abrenúncio que falava, «...Já não pára em casa, chega tarde e a más horas, dorme os dias inteiros, e ainda por cima não escreve.» Ildefonso sugeriu que, tal como muitos na Cidade, El Matador poderia estar em greve. «Mas qual greve, se alguém está em greve aqui somos nós!» gritou Romualdo.
«E no entanto...», um sorriso maquiavélico desenhou-se na face de Abrenúncio. Os outros já lhe conheciam a expressão e intimaram-no a falar.«Já viram melhor altura que esta para fugir?». Ninguém disse nada mas, a núvem negra da conspiração pairou mais uma vez na estreita cela.
1 comentários:
12 de junho de 2009 às 19:00
Uhuuu, consegui, consegui, eu sabia que mais dia menos dia a liberdade era certa, que dia é hoje?...Para o ano vai ser feriado.
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