Estavam reunidos de emergência, na sua cela habitual: Romualdo, Zeferino, Anacleto, Abrenúncio e o recém-chegado Ildefonso. Tinham chegado aos ouvidos de Zeferino, que era o mais antigo do grupo, rumores de que El Matador iria sair em viagem. Estavam todos num frenesim de excitação quando Zeferino deu início aos trabalhos:
-Companheiros de Infortúnio, chegou-me a informação de que o nosso algoz vai de viagem! Pedi esta reunião de emergência porque, escusado será dizer que é uma oportunidade excelente para finalmente nos vermos livres deste lugar.
-Vai para onde? Quanto tempo?-Inquiriu Romualdo que começava já a delínear mentalmente um plano de fuga.
-As minhas fontes dizem-me que vai uma semana para Praga.-Respondeu Zeferino embuído da maior seriedade.
-É realmente uma oportunidade de ouro, não a devemos desperdiçar- Romualdo, esfregava as mãos e sorria maquiavelicamente.
Chegou a vez de Anacleto falar. Anacelto, o ponderado, olhou para os presentes um a um e depois soltou a bomba:
-Mas vocês esquecem-se que, se ele vai viajar, nós involuntáriamente acabamos por ir com ele.
Zeferino encostou-se à parede, lívido, e deixou-se escorregar para o chão. A realidade deixou-lhe as pernas bambas. Romualdo por seu lado desatou a dar cabeçadas na parede «foda-se, foda-se, foda-se», era-lhe difícil conceber como é que de um momento para o outro a esperança tornou-se desespero.
Abrenúncio abstinha-se sempre nestas reuniões. Manteve-se calado.
Ildefonso, a quem ninguém pediu a palavra afirmou simplesmente:
- Eu cá não me importo de ir, desde que nesse sítio os gelados sejam bons.
-Companheiros de Infortúnio, chegou-me a informação de que o nosso algoz vai de viagem! Pedi esta reunião de emergência porque, escusado será dizer que é uma oportunidade excelente para finalmente nos vermos livres deste lugar.
-Vai para onde? Quanto tempo?-Inquiriu Romualdo que começava já a delínear mentalmente um plano de fuga.
-As minhas fontes dizem-me que vai uma semana para Praga.-Respondeu Zeferino embuído da maior seriedade.
-É realmente uma oportunidade de ouro, não a devemos desperdiçar- Romualdo, esfregava as mãos e sorria maquiavelicamente.
Chegou a vez de Anacleto falar. Anacelto, o ponderado, olhou para os presentes um a um e depois soltou a bomba:
-Mas vocês esquecem-se que, se ele vai viajar, nós involuntáriamente acabamos por ir com ele.
Zeferino encostou-se à parede, lívido, e deixou-se escorregar para o chão. A realidade deixou-lhe as pernas bambas. Romualdo por seu lado desatou a dar cabeçadas na parede «foda-se, foda-se, foda-se», era-lhe difícil conceber como é que de um momento para o outro a esperança tornou-se desespero.
Abrenúncio abstinha-se sempre nestas reuniões. Manteve-se calado.
Ildefonso, a quem ninguém pediu a palavra afirmou simplesmente:
- Eu cá não me importo de ir, desde que nesse sítio os gelados sejam bons.
11 comentários:
12 de maio de 2009 às 11:03
que final imprevisível :)
e boa viagem para ti, el matador.
12 de maio de 2009 às 11:58
Obrigado Paula.
12 de maio de 2009 às 12:07
Mas e afinal esses prisioneiros quem são? Os cabelos do peito?...ah, e curte bem. Praga é linda!
12 de maio de 2009 às 14:21
Obrigado Rose, os prisioneiros são os neurónios, os cinco que me restam.
12 de maio de 2009 às 18:34
Vá lá, ainda te restam cinco. Eu cá já só tenho dois, o Tico e o Teco, e estão a segurar as orelhas...
12 de maio de 2009 às 19:25
El Matador,
Dir-te-ia que precisavam de uma mulher para articular uma fuga perfeita ... mas se são os teus neurónios é dificil!
Eu chamava a Apolinária mas ela é tramada!
Boa viagem
12 de maio de 2009 às 19:38
É dificil planear uma uma fuga de nós próprios. É como um cão a tentar agarrar a cauda.
Apolinária, eis um nome interessante.
18 de maio de 2009 às 13:52
Já voltas-te?
Como foi a viagem?
beijos
18 de maio de 2009 às 16:11
Volto na quarta-feira.
18 de maio de 2009 às 16:34
Ah, bom, então é por isso que dizes que andas a ver Samantas Foxes por todo o lado, rsrsrs...
19 de maio de 2009 às 03:05
Podes crer. Esta cidade é um atentado. Como se já não bastasse ser um Museu a céu aberto.
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