Abrenúncio andava pelas ruas estreitas da cidade, à procura do Mestre. Procurou pelos pequenos túneis que ligam as ruelas umas às outras, passou pelo Golem na parede, desviou-se dos inúmeros transeuntes que, quiçá, também eles procurassem o mesmo, e nada. A sombra do Mestre e os ecos que esta produzia estavam por todo o lado; na pequena praça com o seu nome, no bairro judeu junto à estátua, numa homónima livraria, em todo lado Abrenúncio encontrava o Mestre sem que este estivesse presente. Atravessou a ponte do Carlinhos, acompanhado de perto pelo olhar de censura de todos os santos e chegou ao Bairro Pequeno. Subiu uma estreita escadaria a custo e chegou onde, nem mesmo o agrimensor havia logrado chegar: ao Castelo. Ao deambular pelos jardins do Castelo pisou algo que produziu um som, como que estaladiço. Quando foi raspar o insecto da sola do sapato, constatou num misto de tristeza e ternura que, tinha finalmente encontrado o Mestre.
4 comentários:
25 de maio de 2009 às 21:22
Pensei que fosses dizer que finalmente tinha encontrado Margarita...
25 de maio de 2009 às 21:29
Se tivesse encontrado Margarita, tinha-a bebido.
25 de maio de 2009 às 21:43
Estava a referir-me a "Margarita e o Mestre" de Mikahil Bulgakov.
25 de maio de 2009 às 21:51
Ehehe, e a minha cabeça foi logo atrás de outras Margaritas.
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