Um dia, Abrenúncio acordou decidido: «Hoje vou cortar os pulsos!». Foi uma daquelas decisões que um indivíduo, de vez em quando, toma logo pela manhã e que depois só se arrepende quando já não há nada a fazer. «Mas primeiro, vou fazer a barba!». Lá está, outra decisão firme tomada logo antes do pequeno almoço. Era comum no bairro de Abrenúncio, as pessoas acabarem com a própria vida das mais variadas maneiras, mas quase ninguém abordava a questão pelo seu lado mais visual. Ainda um ano antes, houve um vizinho de Abrenúncio que se “amandou”do quarto andar e ao estatelar-se no passeio, ficou parcialmente desfigurado. Toda a vizinhança foi unânime na avaliação:«Que cadáver tão foleiro». Abrenúncio, que era um esteta, estava decidido a ter um cadáver bonito (dentro da medida do possível), por isso lá fez a barba.
Estava ele quase a concretizar o acto de auto-flagelação, quando entra despavorida pela casa de banho adentro, ela:«Não faças isso meu grande camelo». Grande camelo era a forma carinhosa como ela sempre o tratara. Com aquele simples gesto, ela, convenceu Abrenúncio a viver. Era dela que ele sempre tinha gostado. Entre a tentativa de suícidio e o salvamento uma coisa levou à outra e começaram a namorar. A coisa até correu bem durante três semanas, mas depois Abrenúncio descobriu que ela o tinha trocado pelo seu melhor amigo que, se tentara enforcar na varanda do prédio. Foi então que Abrenúncio, desgostado, tomou outra decisão matinal: nunca mais cortar a barba.
Estava ele quase a concretizar o acto de auto-flagelação, quando entra despavorida pela casa de banho adentro, ela:«Não faças isso meu grande camelo». Grande camelo era a forma carinhosa como ela sempre o tratara. Com aquele simples gesto, ela, convenceu Abrenúncio a viver. Era dela que ele sempre tinha gostado. Entre a tentativa de suícidio e o salvamento uma coisa levou à outra e começaram a namorar. A coisa até correu bem durante três semanas, mas depois Abrenúncio descobriu que ela o tinha trocado pelo seu melhor amigo que, se tentara enforcar na varanda do prédio. Foi então que Abrenúncio, desgostado, tomou outra decisão matinal: nunca mais cortar a barba.
10 comentários:
6 de maio de 2009 às 20:22
Fico feliz por Abrenúncio ter tomado essa decisão no final, afinal cortar os pulsos é uma coisa tão diligente rs
6 de maio de 2009 às 20:27
Concordo contigo,ehehe
6 de maio de 2009 às 21:39
Os humanos dão bastante valor à estética e descuram o interior...
Se ela visse o interior do Abrenúncio (na forma de sangue) chegaria à conclusão que ficava melhor com um homem de barba feita
6 de maio de 2009 às 21:52
ou então desmaiava.
6 de maio de 2009 às 23:36
Cortar os pulsos é coisa de gaja. Homem que é homem dá um tiro na carola ou atira-se prá frente dum comboio. Assim, tá bem...
7 de maio de 2009 às 00:15
mas depois não ficava com cadáver bonito.
7 de maio de 2009 às 11:25
El Matador,
Entre fazer a barba e cortar os pulsos definitivamente fazer a barba é mais acertado ...
Coitado do outro que não fez a barba e "amandou-se" prédio abaixo!
7 de maio de 2009 às 11:51
Eu próprio, opto sempre por fazer a barba.
7 de maio de 2009 às 12:03
Eu também prefiro...
7 de maio de 2009 às 14:00
Sim ao menos que faça a barba antes, para não dar trabalho!
beiiijos
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