- O que deus me
deu em beleza retirou-me em talento!
- Achas? Por
outro lado compensou-te em modéstia.
- Como assim?
- Não penses
mais nisso.
- Podia ser tudo
o que quisesse se tudo o que eu quisesse não fosse: nada.
- Sendo assim já
és tudo o que queres.
- Explica.
- Se tudo o que
queres é nada e se não és nada, és tudo o que queres.
- Parece-me
confuso, mas sinto que há um pouco de verdade nisso tudo. O que eu queria mesmo era ser feio.
- Feio e optimista
ou feio e realista?
- Feio como as
pessoas feias que não têm nada e padecem os horrores de nascerem feias e pobres,
sem ninguém que goste delas, sem sorte, sem nada percebes? Horríveis,
angustiantes, sem graça, gordas, asquerosas, daquelas que uma pessoa primeira
controla-se e depois não aguenta mais e tem que dizer: Caraças! Que pessoa
tão feia.
- E tu querias
ser uma dessas pessoas porquê?
- Queria sentir
o que a maioria das pessoas neste mundo sente. Queria saber como é.
- O quê?
- A angústia. A
dor de viver. Aquilo de que é feito a Arte. Mas, helas, sou belo e mágico e bom…
- …E humilde.
- Exacto.
5 comentários:
29 de janeiro de 2013 às 23:36
essa ironia em força. ou honestidade em frente ao espelho, enquanto falavas com o teu amigo imaginário?
29 de janeiro de 2013 às 23:41
diálogos apenas
30 de janeiro de 2013 às 08:53
Às vezes a beleza também não serve de nada
30 de janeiro de 2013 às 12:21
que perolazinha... =)
1 de fevereiro de 2013 às 20:35
Ninguém está contente com o que tem...
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