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A Bomba

| sábado, 7 de julho de 2012 | |

Quando lhe pediram para construir a bomba atómica, ele construiu a bomba atípica. Era uma bomba que não explodia. Lançava-se na terra e ficava ali, apática de tudo e de todos, uma bomba sem aptidão para a maldade. Passado algum tempo as pessoas habituavam-se à presença da bomba e deixavam de lhe prestar atenção; era mais um bibelot enorme que estava espetado no meio do jardim. Os namorados beijavam-se na sua sua sombra e as criancinhas usavam-na como escorrega. Era uma bomba feita para a paz, portanto.
Um dia falaram-lhe de Oppenheimer e no papel relevante que este teve na construção da bomba atómica. Esse Oppenheimer é um mariconço, retribuiu o cientista, fazer bombas para destruir, qualquer um faz; agora um bomba de inércia, uma bomba que pode ser usada por crianças, adultos e idosos, uma bomba de brandos costumes, quem é que criou? Quem? Eu!

3 comentários:

Briseis Says:
9 de julho de 2012 às 00:22

Que mania estes chicos-espertos têm de não fazer o que lhes mandam e porem-se a inventar... A bomba atípica, onde já se viu??! Era correr com ele...

luisa Says:
10 de julho de 2012 às 17:35

A bomba atípica é a prima da bomba anímica.

El Matador Says:
10 de julho de 2012 às 18:05

na volta...