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A Matriz

| quinta-feira, 19 de julho de 2012 | |

- Morpheus, ó Morpheus…Desatarracha-me lá esta merda do pescoço que eu quero ir p’ra casa.
Foi assim que Abrenuncio saiu do Matrix. Estava cansado e desiludido. Na matriz tudo era ilusão e propaganda. A vida era superficial e passavam-se os dias em anestesiada correria contra o tempo. Há que competir, produzir e consumir para se poder produzir, consumir e competir: este era o mote. No Matrix, a felicidade era o pote de ouro que estava sempre mais além, sempre um passo mais à frente, inatingível, qual miragem no deserto.
A realidade lá fora é mais feia, suja e ainda mais dolorosa, diziam eles, o Matrix é a única solução para uma vida de sonho passada a sonhar. O Matrix era a cenoura que fazia andar o burro.
Abrenúncio descortinou a manha do programador (ou não fosse ele o Escolhido) e viu a matriz pelo que esta era: um condicionamento, um controle absoluto, uma ditadura dos outros.
Nô mais matriz, nô mais – Pediu Abrenúncio – Estou cansado e quero ser feliz.
E por isso se pôs a gritar: Ó Morpheus, pá…

8 comentários:

Anónimo Says:
19 de julho de 2012 às 10:29

"No Matrix, a felicidade era o pote de ouro que estava sempre mais além, sempre um passo mais à frente, inatingível, qual miragem no deserto."

É a realidade que vivemos, sem termos onde cair mortos.
E o pote de ouro continua no nosso horizonte memorial.
Verificando o que se vê por aí/aqui, ninguém pretende ser Abrenuncio.
Ilusão que contraria a realidade até ao dia em que a realidade parece uma ilusão.

:)

Abrenuncio Says:
19 de julho de 2012 às 10:45

E também consigo parar as balas no ar.

mz Says:
19 de julho de 2012 às 22:36

Iludem-nos com sonhos e depois só temos pesadelos.

Abrenúncio, já tinha saudades tuas!

mz Says:
19 de julho de 2012 às 22:37

Iludem-nos com sonhos e depois só temos pesadelos.

Abrenúncio, já tinha saudades tuas!

El Matador Says:
19 de julho de 2012 às 22:41

é mesmo.

é mesmo.

Briseis Says:
20 de julho de 2012 às 17:28

...e será que essa busca da felicidade está mesmo fora da Matriz, onde tudo é cinzento e assassino e a comida é uma mistela esbranquiçada sem sabor ou alegria...?? Não dá para deixar a mentira de ânimo leve quando ela nos conforta mais do que a realidade...

El Matador Says:
20 de julho de 2012 às 18:14

Na Matriz é-se escravo, a liberdade sai sempre cara, é uma questão de escolha.

luisa Says:
21 de julho de 2012 às 17:33

Foge Abrenúncio... foge.