Foi com desconfiança que Abraão subiu os montes Moriá com o seu filho ao encontro de Deus. «Que me quererá Ele agora?» conjecturava em silêncio Abraão do alto dos seus cento e poucos anos. A subida era lenta e dolorosa devido à provecta idade do patriarca. Isaac, o filho, por seu lado divertia-se como podia; brincava com o cabrito e atirava pedras ás gralhas que tendiam em agoirar a empresa, com o seu voo raso e o gralhar irritante. Era um criança forte e despreocupada, tinha uma vida inteira pela frente carregada de aventuras, prosperidade e outras tantas glórias, o seu nome certamente iria ser recordado por éons de tempo porvir. Um verdadeiro milagre aquele filho – pensava Abraão – Uma verdadeira dádiva. Ele e a mulher riram-se quando receberam a notícia, e com razão. Ele, um velho de noventa e nove anos a passos largos dos cem, ela, uma senhora já na casa dos noventa com a agravante de ser estéril; não, não podia ser possível, e no entanto ali estava ele, cheio de vida, massacrando as gralhas e rindo-se do mundo. «Que me quererá Ele?»
Chegado ao cimo do monte, Abraão, erigiu um altar e sobre ele colocou lenha de modo a proceder-se a um sacrifício, como lhe tinha sido instruído. O ribombar de um trovão e o escurecer do dia era sinal que Deus tinha chegado, Abraão descobriu a cabeça e ordenou a Isaac que fizesse o mesmo.
-Abraão! - Trovejou Deus – Quero que me ofereças o teu filho em sacrifício.
Abraão estremeceu, estava à espera de tudo menos daquilo. O filho, o seu querido filho, por quem ele esperara tantos anos, o milagre da sua vida, o orgulho e resplendor da mãe.
-Não – respondeu Abraão sem certeza do que dizia, os seus ouvidos não acreditavam na sua voz.
-NÃO??? - Enfureceu-se Deus – Como te atreves? Posso destruí-lo com um piscar de olhos.
-Assim será Senhor, mas não com a minha ajuda, aliás, tudo farei para que tal não aconteça e darei a minha vida se para isso for preciso; é em função dele que vivo, se o levares a ele terás que me levar a mim também pois sem ele não sou ninguém. Faço tudo por ti meu Deus, mas isso não me peças, isso é anátema, não consigo. Deixa-nos ficar e ganharás dois fieis servidores em vez de um só, ou nenhum, pois se mo levares não mais te poderei seguir em consciência.
Deus saiu irritado da mesma forma que chegou, num trovão. Abraão e Isaac ofereceram em sacrifício o cabrito que os tinha acompanhado na subida. Foi um primeiro acto de desobediência civil que selou para todo o sempre o amor que os pais sentem pelos filhos; ensinou os homens a não cometerem todo tipo de atrocidades ainda que estas lhes sejam impostas pela autoridade vigente.
Chegado ao cimo do monte, Abraão, erigiu um altar e sobre ele colocou lenha de modo a proceder-se a um sacrifício, como lhe tinha sido instruído. O ribombar de um trovão e o escurecer do dia era sinal que Deus tinha chegado, Abraão descobriu a cabeça e ordenou a Isaac que fizesse o mesmo.
-Abraão! - Trovejou Deus – Quero que me ofereças o teu filho em sacrifício.
Abraão estremeceu, estava à espera de tudo menos daquilo. O filho, o seu querido filho, por quem ele esperara tantos anos, o milagre da sua vida, o orgulho e resplendor da mãe.
-Não – respondeu Abraão sem certeza do que dizia, os seus ouvidos não acreditavam na sua voz.
-NÃO??? - Enfureceu-se Deus – Como te atreves? Posso destruí-lo com um piscar de olhos.
-Assim será Senhor, mas não com a minha ajuda, aliás, tudo farei para que tal não aconteça e darei a minha vida se para isso for preciso; é em função dele que vivo, se o levares a ele terás que me levar a mim também pois sem ele não sou ninguém. Faço tudo por ti meu Deus, mas isso não me peças, isso é anátema, não consigo. Deixa-nos ficar e ganharás dois fieis servidores em vez de um só, ou nenhum, pois se mo levares não mais te poderei seguir em consciência.
Deus saiu irritado da mesma forma que chegou, num trovão. Abraão e Isaac ofereceram em sacrifício o cabrito que os tinha acompanhado na subida. Foi um primeiro acto de desobediência civil que selou para todo o sempre o amor que os pais sentem pelos filhos; ensinou os homens a não cometerem todo tipo de atrocidades ainda que estas lhes sejam impostas pela autoridade vigente.
5 comentários:
8 de abril de 2010 às 22:41
Bela versão desta história bíblica!Agora sim, entendo o amor incondicional dos pais pelos filhos!;)E esqueceste-te de referir que foi depois disto que se passou a comer cabrito no Natal ;)
8 de abril de 2010 às 22:50
Foi um lapso.
16 de abril de 2010 às 12:42
Esta é uma das histórias bíblicas com que mais me identifico: O amor de um pai/mãe por um filho desafia todas as leis de "sei lá o quê"... e vence sempre!!
Beijinho***
16 de abril de 2010 às 14:25
A história original é um pouco diferente, uma vez que o pai não pensa duas vezes em sacrificar o filho; aqui, achei por bem distorcê-la um bocadinho.
16 de abril de 2010 às 19:17
no original ele sofre de "amor invertido" ;D
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