Enquanto ela lhe contava a sua aventura por terras da Escócia, Abrenúncio pensava em garrotes. Qual seria o melhor garrote? O de seda? Humm, não sabia que tipo de imagem deixaria um garrote de seda; embora deixasse um cadáver mais bonito as ilações a recolher seriam quando muito dúbias. O garrote de aço estava fora de questão, tresandava a assassino contratado e ele queria que tudo fosse tratado com grande classe. Ela explicava-lhe como os diferentes tipos de malte formavam um blend, falava-lhe dos diversos sabores e aromas e da técnica de envelhecimento, ele anuía com a cabeça afirmativamente; «bom, não terá que ser necessariamente com um garrote» pensava. Como caminhavam lado a lado as mãos de ambos tocavam-se involuntariamente. Ela não se descaía, e como se nada fosse, continuava a dissertar sobre a Escócia e seus castelos assombrados.
As armas de fogo estavam fora de questão, faziam muito barulho e os seus nervos há muito que pediam era silêncio. As facas e derivados eram sempre uma trapalhada, tinham que ser muito bem manejadas e deixavam tudo sujo. Chegaram ao fim do parque e durante o ritual da despedida, enquanto mediam bem as distancias para que os beijos na cara fossem cientificamente de amizade e não suscitassem equívocos de qualquer espécie, ela passou-lhe um saco para as mãos: «Uma recordação da Escócia.»
Abrenúncio abriu o saco e tirou de lá uma generosa garrafa de single malt. O vidro era do mais espesso que já havia visto e o gargalo manuseava-se bem. Uma pancada seca e acabava-se tudo, sem sangue, sem barulho, sem complicações. Esboçou um sorriso de agradecimento: «Obrigado, vai servir-me na perfeição.» Ela ficou contente que ele tivesse gostado. Gostava de o ver assim: calmo, simpático e educado, parecia outra pessoa.
As armas de fogo estavam fora de questão, faziam muito barulho e os seus nervos há muito que pediam era silêncio. As facas e derivados eram sempre uma trapalhada, tinham que ser muito bem manejadas e deixavam tudo sujo. Chegaram ao fim do parque e durante o ritual da despedida, enquanto mediam bem as distancias para que os beijos na cara fossem cientificamente de amizade e não suscitassem equívocos de qualquer espécie, ela passou-lhe um saco para as mãos: «Uma recordação da Escócia.»
Abrenúncio abriu o saco e tirou de lá uma generosa garrafa de single malt. O vidro era do mais espesso que já havia visto e o gargalo manuseava-se bem. Uma pancada seca e acabava-se tudo, sem sangue, sem barulho, sem complicações. Esboçou um sorriso de agradecimento: «Obrigado, vai servir-me na perfeição.» Ela ficou contente que ele tivesse gostado. Gostava de o ver assim: calmo, simpático e educado, parecia outra pessoa.
4 comentários:
6 de outubro de 2009 às 22:58
Sem dúvida que um single malte resolve muita coisa... e suja muito menos, a não ser que se resolva misturar com merdas como água ou gelo, por exemplo...
6 de outubro de 2009 às 23:25
Pôr gelo no bom malte é um crime que devia ser punido por lei.
7 de outubro de 2009 às 20:57
Concordo. Mas também já vi quem pusesse gelo na cerveja. Yeak...
7 de outubro de 2009 às 22:19
Meu Deus é o fim dos tempos.
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