Dias mais tarde, estando aborrecido e em baixo, talvez um domingo à tarde, que era quando ponderava mais seriamente as ideias suicidas, o homem decidiu, assim sem mais nem menos, sair à rua para passear. Desta vez porém, iria vestido de mulher. Quando se sentou na esplanada do café que habitualmente frequentava, cruzou a perna e acendeu o cigarro que dependurava preguiçoso de uma boquilha. Pediu um vermute, que beberricou enquanto ia soltando, cheio de estilo, argolas de fumo. Sentiu um olhar posto em si que o observava em todos os movimentos; era a Rita. Voltou-se, e os seus olhares cruzaram-se por um instante. Ela corou muito, mas ainda assim lançou-lhe um sorriso malandro. «Ah! Ainda estou em jogo...» pensou ele satisfeito. Gradualmente sentiu o amor-próprio a regressar.
O Espelho
Publicada por
El Matador
| quarta-feira, 9 de setembro de 2009 |
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Dias mais tarde, estando aborrecido e em baixo, talvez um domingo à tarde, que era quando ponderava mais seriamente as ideias suicidas, o homem decidiu, assim sem mais nem menos, sair à rua para passear. Desta vez porém, iria vestido de mulher. Quando se sentou na esplanada do café que habitualmente frequentava, cruzou a perna e acendeu o cigarro que dependurava preguiçoso de uma boquilha. Pediu um vermute, que beberricou enquanto ia soltando, cheio de estilo, argolas de fumo. Sentiu um olhar posto em si que o observava em todos os movimentos; era a Rita. Voltou-se, e os seus olhares cruzaram-se por um instante. Ela corou muito, mas ainda assim lançou-lhe um sorriso malandro. «Ah! Ainda estou em jogo...» pensou ele satisfeito. Gradualmente sentiu o amor-próprio a regressar.
4 comentários:
10 de setembro de 2009 às 09:10
Magnífico conto. Fabuloso, clap, clap, clap!
10 de setembro de 2009 às 09:45
O autor agradece encarecidamente.
10 de setembro de 2009 às 10:07
know the feeling
10 de setembro de 2009 às 10:25
Também te vestes de mulher aos domingos? (ehehe).
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