O Verão acabou e as eleições estão à porta. Duas formas comuns de acizentar os dias. Ao abrigo das nuvens escuras que ensombram o horizonte chegam as ratazanas. Cheias de bons modos, boas maneiras e promessas vãs, saem no princípio do Outono; que é quando é mais fácil tapar o sol com a peneira. O seu discurso é fastidioso, o seu sorriso é boçal, as suas intenções são venenosas, a sua mordidela é torpe. Amolecem-nos ao de leve o tempo suficiente de nos envolverem na sua ilusão. Depois seguem em caravana atropelando cães e gatos pelo caminho. São espertas estas ratazanas. Sabem que são espertas. Sabem o quanto somos mansos.
Pensava nisto Abrenúncio na esplanada dum bar em Paramaribo. Nunca o entardecer lhe parecera tão bonito, nunca o rum lhe soubera tão bem.
Pensava nisto Abrenúncio na esplanada dum bar em Paramaribo. Nunca o entardecer lhe parecera tão bonito, nunca o rum lhe soubera tão bem.
9 comentários:
22 de setembro de 2009 às 22:02
Esmiucemos os esmiuçadores...
22 de setembro de 2009 às 22:10
escuta:
23 de setembro de 2009 às 17:23
sempre apreciei a palavra boçal, designadamente aquando da reflexão sobre as ratas que nos circundam via tv, fm e outros...
23 de setembro de 2009 às 18:41
A palavra boçal é ela própria, boçal.
24 de setembro de 2009 às 15:09
O grande perigo das ratazanas é que embora a boca delas seja pequena a imundice que nela vive é grotescamente imensa, assim a sua dentada embora aparentemente inócua, pois é pequena, pode na verdade ser letal.
beijos
24 de setembro de 2009 às 15:44
A imundicie que vive na boca das ratazanas, boa Joaninha, tinha-me esquecido dessa.
25 de setembro de 2009 às 20:15
Ratazanas... Aquelas coisas que vão agora a eleições? (leio pouco...)
Ah... O mesmo entardecer, mas com Jameson... ;)
25 de setembro de 2009 às 22:17
Jameson, boa escolha, especialmente se houver Guiness a acompanhar.
26 de setembro de 2009 às 01:13
huuuum. 5 estrelas!
E boa música...
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