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#271

| sábado, 31 de dezembro de 2011 | |
Ao que parece, quando a senhora Parker levou o neto a visitar o museu de história natural de nova iorque, nunca lhe passou pela cabeça que o miúdo fosse picado por uma aranha radioactiva. Estremeceu a idosa senhora só de pensar nas consequências:
  • Ai mê deus – Disse ela como quem invoca...Deus. - E se o mê néte desata a amarinhar p'las paredes sem mai' nem ménes, feite parve, todo vestide de vermelhe e azúle como um maulquinhe qualquer saíde do asile? Cruz Créde, livrai-nes senhôr.
Todos os dias úteis, vigiou a senhora Parker o sacrossanto neto, filho do seu filho, neto do seu avô, primo do seu primo, irmão da sua irmã, amigo do seu amigo. Mas nada! As mutações a nível celular que a senhora Parker temia, resquícios da radiação aracnídea: o lançar das teias, o sexto sentido , o subir p'las paredes, a agilidade de portageiro; nenhuma se revelou visível em tempo útil.
A única coisa que o TAC confirmou foi um cancro nos pulmões. O que muito aliviou a senhora Parker: lá em casa ninguém fumava.


http://www.youtube.com/watch?v=y8AWFf7EAc4&ob=av2e

2 comentários:

Briseis Says:
6 de janeiro de 2012 às 20:03

Se calhar eu não devia divulgar isto, mas ri-me tanto com a oração desesperada da velhota naquele português rócócó que até me babei...loool

El Matador Says:
6 de janeiro de 2012 às 20:33

:) Não é português rococó, é algarvio.