Os cães deitam-se aos meus pés, depois de uma revolução de saltos e alegria, típica dos cães sempre que chego a casa. Dou-lhes de comer e o agradecimento está-lhes no olhar. Conseguem dizer tudo com aqueles olhos, os cães. Se aprendêssemos alguma coisa com os cães, poupávamos os maiores equívocos provocados pela linguagem, invenção que se diz do diabo. Responderíamos às carícias com um abanar do rabo e à má disposição com um rosnar; ladrávamos se estivéssemos zangados e tudo era mais simples. Este passo evolutivo ainda está longe de quem para tudo precisa de mil reuniões e mil formulários e mil protocolos; de quem se desfaz em carimbos e segundas vias e cópias em triplicado.
Quando falamos dum mundo cão, esquecemo-nos que é um mundo de roupa lavada, comida a horas certas e passeios diários na companhia de alguém que se gosta - como pode ser isto ruim?
Às vezes apetece-me ser como os cães: morder as canelas das pessoas que não gosto.
Diário de Abrenúncio
25/09/2010
10 comentários:
27 de setembro de 2010 às 21:21
Eu até que compreendo o Abrenúncio, os cães são fiéis ao dono, fazem companhia e, neste caso, manifestam aquilo que sentem de forma espontânea. Sabemos sempre o que sentem, sem subterfúgios de linguagem. E podem morder à vontade...
Mas tenho que te confessar uma coisa a ti e ao Abrenúncio, anos de terapia e não consigo curar o medo que tenho de cães :)
Kiss
27 de setembro de 2010 às 21:29
Compreendo esse medo Tulipa, eu próprio já fui atacado na rua duas vezes, mas acho que com os cães do Abrenúncio ficavas curada, são capazes de adormecer antes de conseguir fazer-te algum mal.
27 de setembro de 2010 às 22:52
Confesso que não mordo mas sou mordaz.
27 de setembro de 2010 às 22:55
Também faz falta, também provoca estragos.
27 de setembro de 2010 às 23:00
Ia escrever sobre os meus... Mas antes de deitar mãos à obra vim ver as novidades nestas bandas. E é isto, o Abrenúncio rouba-me assim metade da ideia... Mas bem. Muito bem roubada e melhor conseguida, certamente. Mesmo assim, se calhar, volto aos cães.
27 de setembro de 2010 às 23:27
Volta sim Peanut, pode-se dizer que foi uma cãoincidência
(eheh trocadilho mais parvo).
29 de setembro de 2010 às 00:00
À pouco tempo também eu escrevi um pequeno texto em que o meu cão é o principal protagonista. Afinal não sou só eu a escrever sobre cães. À cães com muita sorte...
29 de setembro de 2010 às 08:24
É o que eu te digo: têm uma boa vida.
30 de setembro de 2010 às 20:19
Mundo cão porque em tempos maltratava-se os aminais.
Tu estás correcto com o que escreveste.
Comprovo-o com o meu animal de estimação.
Diana
30 de setembro de 2010 às 21:12
Mas infelizmente ainda se maltratam os animais.
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